o livro
O livro, surgido em 2003 e agora em segunda edição atualizada, reúne textos publicados em ocasiões distintas da trajetória do crítico e professor paranaense, com particular relevância à concepção da cena tal como formulada desde o século XVIII, quando emergiu o drama burguês e a hipótese de “quarta parede” foi assumida para valer nos palcos. Dado o desenvolvimento temporal da imagem no cinema no século XX, capaz de reproduzir não só mais uma propriedade do mundo visível, mas justamente uma propriedade essencial à sua natureza – o movimento –, o “realismo” torna-se muito mais intenso em relação às outras formas de representação (fotográfica, teatral). Portanto, a leitura dos filmes se insere, segundo Xavier, num horizonte histórico. De modo geral, seus escritos focam a passagem do teatro e da literatura ao cinema num sentido amplo, que ultrapassa o caso da adaptação e revelam a forma como operam, na indústria cultural do século XX, gêneros como o melodrama e uma geometria do olhar e da cena que não se iniciou com o cinema, mas encontrou nele um enorme poder na composição do drama como experiência visual. São privilegiados, nessa análise, títulos do Cinema Novo brasileiro e correntes posteriores, entre os anos 1960 e 1980.
sobre o autor
Ismail Xavier nasceu em 1947 em Curitiba e cresceu em São Paulo. É professor emérito de teoria e história do cinema na Escola de Comunicações e Artes da USP, onde leciona desde 1971. Entre 1975 e 1989, sob a orientação de intelectuais de peso como Paulo Emílio Sales Gomes, Antonio Candido e Annette Michelson, obteve quatro títulos universitários (mestrado, doutorado e livre-docência na USP, além do segundo doutorado na Universidade de Nova York) que, publicados em seguida, se tornaram clássicos dos estudos cinematográficos no Brasil, dos quais ele tem sido, há décadas, uma figura de proa. É autor de uma dezena de livros — com traduções nos Estados Unidos, na França e na Argentina —, entre os quais O discurso cinematográfico: a opacidade e a transparência (1977, várias reedições), Sétima arte: um culto moderno (1978; 2ª ed. 2017), Sertão mar: Glauber Rocha e a estética da fome (1983; 3ª ed. 2019), Alegorias do subdesenvolvimento: cinema novo, tropicalismo, cinema marginal (1993; 2ª ed. 2012) e Allegories of Underdevelopment: Aesthetics and Politics in Modern Brazilian Cinema (1997). Organizou quatro coletâneas de livros sobre cinema: A experiência do cinema (1983; 4ª ed. 2018), O cinema no século (1996), Nelson Rodrigues e o cinema (2004), On Cinema (2019) e publicou cerca de trezentos textos em livros coletivos, revistas e jornais no Brasil e em outros países — Estados Unidos, Inglaterra, França, Itália, Espanha, Argentina, México e Alemanha. Atuou como professor visitante nas universidades de Nova York (1995), Iowa (1998), Paris 3 — Sorbonne Nouvelle (1999), Leeds (2007), Chicago (2008), Nacional de la Plata (2009) e Buenos Aires (2011). No Brasil, orientou e formou várias gerações de estudantes de cinema que hoje lecionam em universidades brasileiras e estrangeiras. Dirigiu para a editora Cosac Naify, entre 2001 e 2015, a coleção Cinema, Teatro e Modernidade.ficha técnica
ISBN
978-65-5590-021-7
Número de páginas
381
Peso unitário
616 g
Dimensões
23.0 cm • 16.0 cm • 2.2 cm
Projeto Gráfico
Raul Loureiro
Idioma
Português (Brasil)
Encadernação
Capa dura
Edição
2a.










