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Orgia e compadrio. Tulio Carella, drama e revolução na América Latina

Orgia e compadrio. Tulio Carella, drama e revolução na América Latina

Alvaro Machado

Preço normal R$ 132,00
Preço normal Preço promocional R$ 132,00

Tulio Carella talvez tenha sido o personagem mais original que ele mesmo criou. O argentino iniciou carreira como dramaturgo em 1933, após caminhar cem quilômetros até Buenos Aires para conhecer Federico García Lorca, com quem manteve relação amorosa. Após alcançar o sucesso com farsas embasadas em autores do barroco espanhol e em comédias do italiano Carlo Goldoni, Carella se dedicou a representar aqueles que viviam à margem da sociedade, como moradores de cortiços, cafetinas e ladrões. Em paralelo, examinou fenômenos da cultura popular, como gírias da malandragem e grafites em banheiros públicos. Em 1960, mudou-se para o Recife, convidado por Ariano Suassuna e Hermilo Borba Filho para lecionar teatro na Escola de Belas Artes. Nessa época, acreditava-se incapaz de resistir às "forças telúricas" do Nordeste brasileiro, e passou a registrar em diário suas intensas relações sexuais com homens no central Recife Antigo, registro tornado livro no Brasil em 1968, sob o título Orgia. (Da orelha de Ricardo Cardoso). Posfácio por Raul Antelo.

PRÉ-VENDA

Lançamento em 30 de maio de 2025

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o livro

Biografia do dramaturgo, poeta e crítico argentino Tulio Carella (1912-79), que iniciou a carreira como teatrólogo em 1933, após caminhar cem quilômetros até Buenos Aires para conhecer Federico García Lorca, com quem manteve relação amorosa. Alcançou o sucesso nessa capital a partir de 1940, com farsas embasadas no barroco espanhol e nas comédias do italiano Carlo Goldoni, e depois se dedicou a representar tipos à margem da sociedade, como catadores de lixo, cafetinas e ladrões. Em paralelo, examinou elementos da cultura popular, como gírias da malandragem e grafites em banheiros públicos. Em 1960, mudou-se para o Recife, a fim de lecionar teatro na Escola de Belas Artes. Nessa época passou a registrar em diário suas intensas relações sexuais com homens no centro do Recife Antigo, origem do livro Orgia, editado no Brasil em 1968, que destacou também ideias compartilhadas com os dramaturgos Ariano Suassuna e Hermilo Borba Filho sobre um possível pan-latino-americanismo a partir de raízes indígenas e negras. Carella também escreveu livro importante (analisado na biografia) sobre o tango e seus "compadritos", em diálogo à distância com Jorge Luís Borges.

A obra ilumina, ainda, o pano de fundo de Orgia, traçando um mapa sociológico do Recife às vésperas da instauração da ditadura civil-militar de 1964. De um lado, o leitor se depara com os membros das Ligas Camponesas desfilando descalços nas ruas – munidos de facões – e o teatro levado às periferias da cidade pelo Movimento de Cultura Popular (MCP); de outro, encontra contingentes militares, a elite acadêmica e os “grãos-senhores do Nordeste”, apavorados com governos do socialista Miguel Arraes e com a Revolução Cubana. Em março de 1961, identificado erroneamente pela polícia como “traficante de armas de Cuba para uma revolução local”, o argentino acabou por ser preso, torturado e deportado para seu país. 

Sobre o Autor

Alvaro Machado é doutor em Artes Cênicas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, com a primeira versão desta biografia. Em torno de Tulio Carella, publicou a reedição crítica Orgia, os diários do Recife, 1960-61 (Opera Prima Editorial, 2011) e El amigo porteño – García Lorca y Tulio Carella en Buenos Aires (Buenos Aires, Ed. Urania, 2021). Em 1987, traduziu e editou o clássico da literatura persa A linguagem dos pássaros, de Farid ud-Din Attar (Attar Editorial, 1987). É autor de A sabedoria dos animais – Mitologias (Ground, 1996), Teatro Popular do Sesi – 40 anos (Ed. Sesi, 2004) e Balagan, companhia de teatro (Balagan, 2016). Escreveu [...] metade é verdade – Ruth Escobar (Ed. Sesc, 2021), livro indicado ao prêmio Jabuti de melhor biografia e vencedor de melhor capa. Entre 2002 e 2014, na editora Cosac Naify, organizou, coordenou editorialmente e colaborou em mais de vinte títulos nas áreas de cinema, fotografia e moda, entre os quais A vulnerabilidade do ser, de Claudia Andujar; Notas de viagem, de Thomaz Farkas; Manoel de Oliveira; Abbas Kiarostami; Aleksandr Sokúrov; Pier Paolo Pasolini; Amos Gitai; e O anticinema de Yasujiro Ozu, de Kiju Yoshida. Organizou os livros Ideias e formas virais – o modernismo de 1922 em artes cênicas, música e cinema (Ed. Sesc, 2024) e TBC – Teatro Brasileiro de Comédia, 80 anos (Sesc, 2025). Coordenou a edição de Medicina Tradicional Chinesa: princípios teóricos, vol. 1, de Ernesto García González (Pro Salus, 2022). Foi repórter, editor e crítico de artes dos cadernos Ilustrada (Folha de S.Paulo) e Caderno 2 (O Estado de S. Paulo), e crítico de cinema e de teatro nas revistas Bravo! e CartaCapital. Em 2017, criou a Associação de Amigos do Teatro Brasileiro de Comédia (ATBC), movimento em defesa desse patrimônio, pelo qual recebeu prêmio especial da Associação Paulista de Críticos de Arte em 2018. Exerceu curadoria de artes cênicas e música erudita na Biblioteca Mário de Andrade de 2017 a 2025.

ficha técnica

ISBN

978-65-5590-019-4

Número de páginas

368

Peso unitário

600 g

Dimensões

22.0 cm • 15.5 cm • 5.0 cm

Ilustrações

55 imagens

Idioma

Português (Brasil)

Encadernação

Brochura

Edição

1a. edição

Lançamento

30 de maio de 2025